A relação entre médicos e pacientes tem evoluído ao longo do tempo. O médico antigamente era um tomador de decisões, a despeito da vontade do indivíduo que está sendo avaliado; ele era a hierarquia máxima em uma cadeira de consultório e não havia muita discussão, caso estivesse seguindo a ciência e o que fazia sentido para ele próprio.
Muito mudou ao longo das décadas e hoje sabemos que o paciente, o indivíduo em foco, deve ser um participante ativo no processo de decisão sobre sua própria saúde.
A partir disso, foi elaborado um conceito interessante, chamado “Tomada de Decisão Compartilhada”. Esse conceito surge como um modelo essencial para garantir que as escolhas terapêuticas sejam feitas de forma informada e alinhada às preferências individuais de cada um.
Dessa forma, o médico não tomará uma decisão de forma unilateral e o paciente também não será deixado sozinho para decidir. O compartilhamento conjunto propõe um equilíbrio: nós, médicos, fornecemos informações baseadas em evidências científicas confiáveis e os pacientes expressam suas preferências e valores, chegando juntos a uma escolha adequada.
Diversos estudos indicam que a tomada de decisão compartilhada melhora a experiência do paciente, reduz decisões baseadas no medo ou na desinformação e pode levar a escolhas terapêuticas mais alinhadas às reais necessidades do paciente. Além disso, promove maior adesão ao tratamento e uma relação médico-paciente mais confiável e eficaz.
No contexto da geriatria, isso se torna essencial, dado a história e a bagagem que cada um carrega, seus valores e de suas famílias, bem como a necessidade de um seguimento a longo prazo que faça sentido para cada um.